Vamos então começar coma nossa troca de opiniões!!!
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Tomei a liberdade de comentar, com o meu ponto de vista, o texto que fez referência.
Provas de todo-o-terreno fazem estragos em caminhos florestais
Presidentes das Juntas de Farminhão e de Torredeita, no concelho de Viseu, queixaram-se hoje de terem ficado com os caminhos florestais das suas freguesias destruídos, na sequência de provas de todo-o-terreno realizadas no domingo passado
«A minha freguesia foi visitada por mais de 50 viaturas (jipes, moto 4 e outras motos), que deixaram um rasto de destruição» , contou o presidente da Junta de Farminhão, José Silva, durante a reunião mensal da Câmara com as juntas de freguesia do concelho.
José Silva lamentou o dinheiro gasto para ter os caminhos em condições de serem usados em caso de incêndio florestal e pelos proprietários agrícolas, defendendo que a autarquia tome uma medida.
Situação idêntica foi relatada pelo presidente da Junta de Torredeita, Serafim Lima Almeida, que contou que os caminhos da sua freguesia também foram «invadidos» por estas viaturas no domingo, à semelhança do que já tinha acontecido em Outubro e Dezembro.
O meu comentário:
É de facto lamentável que se destruam os caminhos em questão. Sou a favor do apuramento de responsabilidade civil dos autores. Quanto a isso acho que todos concordamos. Infelizmente à falta de provas, pagam os justos pelos pecadores. Não estou a fazer-me passar por mártir, apenas acho que o que é justo é justo e que as culpas não podem apenas recair sobre quem tem mais visibilidade.
As acusações deste tipo deverão ser devidamente fundamentadas, para se evitar injustiças, falsos testemunhos e perda de credibilidade das próprias juntas de freguesia.
As organizações que promovem passeios de todo-o-terreno têm que estar devidamente autorizadas pelas autarquias. Estas por sua vez, têm por obrigação efectuar a coordenação com as Juntas de Freguesia. Mesmo que não se proceda desta forma, e da pouca experiência que tenho na participação deste tipo de eventos, reparo que maioritariamente são as próprias juntas de freguesia que promovem, ou no mínimo apoiam ou cedem alguma logística, nomeadamente os espaços para as inscrições e das refeições, etc...
Os passeios organizados a que fui tinham a presença da GNR e dos Bombeiros, que a meu ver são elementos que de alguma forma supervisionam não só as questões de segurança de tráfego e os riscos de incêndio, como também a forma de actuar de alguns elementos menos cumpridores da lei.
Para além disso, deviam ser tomadas algumas medidas, entre as quais sugiro:
- Visita prévia aos troços do passeio com representantes das juntas de freguesia com o levantamento do estado dos caminhos (fotográfico, vídeo, etc.)
- Realizar seguro não só do veículo e de participante, como também do evento em si - questão esta que levantará outras polémicas face ao estado em que se encontra a realidade das empresas seguradoras em Portugal, matéria sobre a qual não me posso pronunciar por assumida ignorância. Constatando-se o incumprimento por parte das entidades organizadores, com dano efectivo e comprovado em propriedade pública ou estatal, accionaria-se o seguro em favor dos lesados.
- Envolvência das juntas de freguesia durante os passeios, com mais do que um membro, eventualmente um no "carro piloto" e outro no "carro vassoura".
- Realização de visita após o passeio com representantes das entidades organizadoras e das juntas de freguesia, para averiguação do estado dos acessos após o evento.
Exemplificou com um caminho de cerca de quatro quilómetros entre Casal de Torredeita e Farminhão, que apresenta valas com uma profundidade tal que «já nem passa lá um tractor».
O meu comentário:
Aqui vão-me desculpar, mas o exagero é grosseiro.
Conheço vários jipes e dos que tenho visto não têm sequer rodados semelhantes aos dos tractores no que respeita à sua dimensão.
Simplificando, num caminho onde passa um jipe, passará um tractor. O inverso já poderá não acontecer. Excepção feita para "trialeiras" que exigem carros mais rápidos e com outras características. Nestes casos, não se tratam de caminhos florestais ou agrícolas, porque as características destes troços não permitem por si só a circulação de veículos agrícolas e dificilmente de veículos de combate a incêndios.
Aproveito ainda para relembrar que há também o reverso da medalha, ou seja, caminhos que apenas se mantêm transitáveis e acessíveis a veículos dos bombeiros, protecção civil e também veículos agrícolas por causa da passagem regular de jipes.
O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, afirmou que, ainda que estas actividades sejam licenciadas pela Câmara, «está a faltar uma peça do puzzle», porque os presidentes das Juntas de Freguesia implicadas deveriam ser ouvidos.
«Pelos vistos têm sido pedidas autorizações, mas tem falhado o envolvimento de quem mais directamente tem estas preocupações, que são as juntas de freguesia» , sublinhou.
O meu comentário:
De facto, a peça do puzzle que falta é a comunicação eficiente entre as cãmaras municipais e juntas de freguesia, por vezes motivada por questões de incompatibilidade de cor política. Infelizmente, por motivos de trabalho, fui obrigado há uns anos a ter contacto com este tipo de situações.
Vejo esta afirmação do Sr. Presidente como um mea culpa.
Se assim for, é de facto uma afirmação meritória.
Na sua opinião, os participantes nestas provas não podem ir para os caminhos das freguesias «descarregar a bílis e puxar pela adrenalina», ir embora e deixar problemas para quem fica resolver, lembrando que é aos presidentes de Junta que as populações vão pedir satisfações pelo estado dos caminhos.
O meu comentário:
Afirmações públicas (e não só) realizadas de cabeça quente, têm usualmente associada a perda do bom senso e da "razão".
Percebo no entanto a frustração do autor da afirmação.
Há no entanto que manter as coisas em perspectiva e evitar partir para o "insulto" fácil e "meter todos no mesmo saco"!
Perdoem a minha arrogância.
O autarca explicou que, como as autorizações implicam o pagamento de um seguro, este deverá ser revisto de forma a cobrir os estragos que resultarem da actividade.
O meu comentário:
Concordo. Tem é que ser algo bem coordenado e com a devida monitorização.
«São caminhos que ficam completamente destruídos e que depois são necessários, nomeadamente para os combates a incêndios florestais, e os presidentes de Junta vêem-se aflitos com os montantes envolvidos» para a sua recuperação, acrescentou.
O meu comentário:
É o busílis da questão. E como tal, as autarquias deveriam tomar as devidas medidas, e não me estou a referir à simples e sumária proibição. Não! Referi-me a medidas pro-activas que sirvam para retirar proveito de eventos TT do género. Há a componente turística e um factor a levar em conta no que respeita ao desenvolvimento económico.
A título de exemplo, a 1ª vez que fui a Tabuaço foi num passeio. Já lá regressei e conto voltar sempre que possa. Fui bem recebido e tanto quanto sei, a autarquia colaborou e não se deve ter arrependido, uma vez que tem continuado a apoiar os eventos TT da região. Mais um bom exemplo a seguir.
Fonte do texto citado:
ViseuMais / Lusa
Concluindo:
Em tudo na vida há quem saiba se comportar e outros que nem por isso.
Conheço ambas as vertentes.
Compete a todos, enquanto membros de uma suposta sociedade civilizada contribuir para o desenvolvimento de uma consciência cívica no TT.
Abraço.
Pedro Oliveira
P.S.: Puxa! Que melga, parecia o Prof. Martelo Rabelo de Suza!
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