Diário do DAKAR 2006 - By infordesporto

Tudo sobre elas .... partilha a tua experiência , organiza uma , ou fala sobre alguma em especial , não te esqueças das fotos .....

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Mensagem por comman » 08 jan 2006, 15:09

DESCANÇO...

NOUAKCHOTT
Dia de repouso (08/01)

Metade da prova já ficou para trás, pelo menos para quem conseguiu aqui chegar. A capital mauritana é, por isso, o local ideal para um merecido descanso, permitindo aos concorrentes o acesso a uma cultura diversificada devido à localização da cidade. Esta é também uma estreia para Nouakchott, que recebe pela primeira vez o dia de descanso do Dakar.


Onze baixas, Sousa e Rodrigues na mó de cima
Completado o dia de descanso, um primeiro balanço da participação portuguesa dá conta de 11 baixas entre os 27 que partiram de Lisboa. Helder Rodrigues nas motos, Carlos Sousa nos automóveis e Elisabete Jacinto nos camiões, lideram a participação lusa em cada uma das categorias.
Nas motos o primeiro a ceder foi o único piloto de Quad, António Ventura, para, já na segunda etapa da Mauritânia, outros três terem ficado de foram. Rodrigo Amaral, até aí o líder nas duas rodas, devido a uma queda, e os algarvios da equipa Só Paramos em Dakar que infelizmente, e por motivos técnicos, não cumpriram a promessa.

Desportivamente, se as etapas portuguesas colocaram os portugueses a brilhar, tal como se previa, o certo é que a grande surpresa tem vindo do deserto onde a adaptação de cada um deles está a ser excelente com particular destaque para o sobredotado Helder Rodrigues que não mostra dificuldades em acompanhar o ritmo dos da frente apenas lhe faltando a natural experiência onde a navegação é uma peça chave. O certo é que temos pilotos – Helder Rodrigues, Paulo Gonçalves e Ruben Faria - para os próximos anos, assim eles queiram e os patrocinadores os apoiem.

Autos – Muito abaixo das expectativas
Muito mais difícil está a ser a competição auto onde a generalidade dos portugueses tem tido uma participação modesta, mesmo tendo em conta a sua inexperiência. Com máquinas do que há de melhor ao nível dos 4x4 tradicionais os portugueses não conseguem nem bons resultados nem encontrar ritmos regulares que lhe permitam ir subindo aos poucos na classificação.

Algumas excepções poderão todavia ser encontradas e devem ser mencionadas:

-Luís Costa, com um andamento ao nível dos carros de Produção do qual o seu Toyota Land Cruiser é próximo, embora inscrito em T1;
-Ricardo Leal dos Santos, com uma soberba prova apesar de ir sozinho;
-Lino Carapeta que chegou a rolar em terceiro dos portugueses apesar de na derradeira etapa também já ter feito asneira.

As baixas nas quatro rodas são já sete. Começaram em Pedro Grancha e prosseguiram com Rui Benedi, Francisco Inocêncio, Helder Oliveira, Madalena Antas, Paulo Marques e Bernardo Vilar. Destes o único acidentado foi Francisco Inocêncio quando era o segundo entre os portugueses. Dos outros apenas Helder Oliveira não desistiu por problemas mecânicos mas sim por um atraso irremediável da “famosa” 7ª etapa, que amputou grande parte da caravana. Surpreendente é todavia a continuação em prova dos modestos Land Rover de três equipas nacionais que muitos prognosticavam um regresso muito antecipado a casa.

Sousa já rola próximo dos seus objectivos
Desportivamente Carlos Sousa é claramente o melhor piloto luso, ocupando já um lugar no Top 10. Depois de um início claramente marcado por uma temporada fora das competições, tanto da sua parte, como da parte da máquina que a Nismo lhe alugou, a regularidade que caracteriza o piloto luso está a vir ao de cima e só os Buggy Schlesser lhes estragam, por ora, os seus objectivos desportivos de ficar apenas atrás de pilotos das equipas oficiais. O campeão nacional Miguel Barbosa, depois de um início de prova menos feliz, é agora o segundo melhor da caravana lusa.

Elisabete entre o bom e o medíocre
Entre os camiões, Elisabete esteve muito bem em Marrocos e na primeira etapa da Mauritânia, mas nas duas etapas de areia baqueou. Se na derradeira etapa foi um problema mecânico que a atrasou, já na etapa da areia, caiu como muitos outros nas diversas armadilhas das dunas e perdeu o excelente ritmo que até então caracterizara a sua prova. Todavia ter já conseguido fazer três resultados no Top20 das etapas, denota uma significativa melhoria em relação ao ano transacto.
Editado pela última vez por comman em 09 jan 2006, 14:42, num total de 1 vez.

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Mensagem por comman » 09 jan 2006, 14:40

9ª ETAPA

NOUAKCHOTT - KIFFA
Etapa 9 (09/01)
A pista dos poços

Esta é a maior "especial" do rali, com 874 quilómetros para os concorrentes percorrem o mais rapidamente possível. 599 quilómetros são mesmo a valer. Início e fim são disputados por entre traiçoeiras pistas de dunas, enquanto o "miolo" deste sector selectivo será percorrido por uma pista rápida mas coberta de pedras.


Ligação: 30 KM - Especial: 599 KM - Ligação: 245 KM
Editado pela última vez por comman em 09 jan 2006, 14:41, num total de 1 vez.

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Mensagem por comman » 09 jan 2006, 14:41

Morreu Andy Caldecott
O piloto australiano recrutado à última hora para substituir neste Euromilhões Lisboa Dakar o espanhol Jordi Duran na equipa KTM Repsol faleceu hoje na 9ª etapa depois de uma violenta queda.
Quando o helicóptero da organização chegou junto do piloto, uns minutos antes do meio-dia, os médicos já nada puderam fazer. Andy Caldecott ocupava a 10ª posição à partida para esta etapa e tinha gastou a terceira etapa deste ano.

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Mensagem por Paulo Lança » 09 jan 2006, 15:34

:(

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Mensagem por Manwell_Mayraids » 09 jan 2006, 18:26

O Dakar é uma prova que provoca muito desgaste, com imensos perigos e quando menos se espera e situações destas podem acontecer a qq um .
Curte o Passeio !
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Mensagem por comman » 09 jan 2006, 23:59

É verdade! fazer 300km numa moto a 150km/h ou mais, torna-se muito muito perigoso.. e com o cansaço acumulado, o menor erro pode ser fatal :confused:!
Eu tb tenho 1 ktm que uso todos os fins de semana para uns percursos de enduro. Quando fazemos + de 150km por dia, é super super desgastante... que fará o dakar com 15 etapas de 300km... 400km... e com descansos de 2 e 3 horas!

Esperemos que casos destes fiquem por aqui!

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Mensagem por comman » 10 jan 2006, 09:51

10ª ETAPA

MALI

Ao entrar no Mali, o rali muda de universo. O contraste entre as vastidões desérticas e as pistas traçadas no coração das florestas é arrebatador para as tripulações, que enfrentam, por conseguinte, condições de pilotagem totalmente diferentes. Os encontros com as aldeias do ocidente africano também dão uma dimensão nova à viagem.

KIFFA - KAYES
Etapa 10 (10/01)
A grande savana

A entrada no Mali é feita com o início da "especial" ainda em terras da Mauritânia. A vegetação torna-se densa e a pista de terra, estreita e ravinosa, serpenteia através da savana. Sendo um percurso bastante rápido, irá beneficiar quem tiver a viatura em melhores condições e vontade de ganhar tempos aos adversários.

Ligação: 1 KM - Especial: 283 KM - Ligação: 49 KM

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Mensagem por comman » 11 jan 2006, 09:19

Etapa 10 – Auto
Quarta vitória de Sainz
Passado o deserto Carlos Sainz regressou aos triunfos, o quarto desde que a prova começou. A etapa ficou marcada por um toque numa árvore que atrasou Luc Alphand. Peterhansel está cada vez mais confortável no comando. Carlos Sousa foi 7º na etapa e subiu para 8º na geral.

O piloto português beneficiou de problemas mecânicos que afectaram o buggy de Thierry Magnaldi para dubir um lugar na classificação geral a agora, apenas Jean Louis Schlesser – sempre ele – o impede de ser o primeiro de entre os não oficiais.

Na etapa Carlos Sainz, vindo de trás, gastou menos 4m08s que o seu compatriota Nani Roma que por sua vez bateu o seu chefe de equipa Stephane Peterhansel por 50 segundos. Recorde-se entretanto que o francês abria a pista depois da etapa de hoje ter sido cancelada para as motos.

Na classificação geral Luc Alphand, que não foi além do 15º tempo está agora a 40m04s de Peterhansel enquanto que o sul-africano De Villiers é o primeiro da VW a já mais de uma hora do líder.

GPS penaliza vários pilotos
Com os WPO escondidos este ano, foram vários os pilotos a serem penalizados em duas horas por terem falhado um dos pontos de passagem obrigatórios na oitava etapa.

Assim sendo, a classificação geral sofreu várias alterações, uma vez que Jean de Azevedo, Miguel Gau e David Frétigné, todos entre os 10 primeiros, foram sancionados.

Já Carlo de Gavardo foi penalizado em uma hora por ter ultrapassado a velocidade máxima (160 km/h), passando de uma desvantagem de 11m para Coma… para 1h11m!


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Mensagem por comman » 11 jan 2006, 09:20

11ª ETAPA

KAYES - BAMAKO
Etapa 11 (11/01)
Quarta-feira em Bamako

Ainda que o traçado tenha tentado evitar a Reserva de fauna de Bamako e a Reserva de bioesfera do Arco do Baoulé, a caravana passa num local sumptuoso, com uma sequência de florestas e savanas. Mas as pistas muito estreitas obrigam à máxima atenção no capítulo da navegação, uma vez que voltar atrás significa ficar de frente para os restantes concorrentes.


Ligação: 50 KM - Especial: 231 KM - Ligação: 424 KM

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Mensagem por comman » 12 jan 2006, 09:33

11ª Etapa - Portugueses
Miguel Barbosa e Adélio Machado secundam Carlos Sousa
As pistas do Mali continuam a colocar Carlos Sousa mais próximos dos pilotos oficiais. Hoje a navegação também ajudou a um excelente resultado. Na posições imediatas entre os portugueses, que não sofreram baixas, continua Miguel Barbosa e Adélio Machado distanciou-se de Lino Carapeta.

Para Carlos Sousa esta "foi uma etapa muito difícil de navegação, tivemos algumas hesitações, mas ao contrário da maioria dos outros navegadores, o Jean-Marie este muito bem, fez uma boa navegação, por isso andámos sempre num bom ritmo e conseguimos o sexto tempo. Estava tudo bem com o Road-Book, com as notas, mas quando chegávamos às aldeias e tínhamos alguma dúvida de notas, íamos sempre com mais cuidado, para ter a certeza que estava tudo certo. O tempo que perdemos com essa estratégia, serviu-nos depois para ter uma melhor classificação no final".

No fim da etapa Carlos Sousa teve de aturar os "maus fígados" de Stephane Peterhansel, que se perdeu e foi passado pelo piloto português, queixando–se de ter sido prejudicado pelo pó da Nissan Navara. "O Peterhansel perdeu-se e ficou atrás de mim. Depois perdi-me ligeiramente, fiquei atrás do Juan Roma e à frente dele. Depois consegui passar o Roma e o Peterhansel não, ficando atrás do seu companheiro de equipa e a levar com o pó dele. Ele foi muito mal educado comigo no final porque estava equivocado. Depois dessa cena muito feia, viu que estava errado e veio pedir-me desculpas. Mas estas coisas não ficam nada bem especialmente para ele que revelou muito nervosismo. O helicóptero estava a seguir a corrida e deve ter filmado, por isso não comento mais nada".

Barbosa aproxima-se do Top20

A 11ª Etapa correu bem a Miguel Barbosa que registou o 22º crono remetendo-o em termos de classificação geral para o 26º posto. Um resultado que vem demonstrar uma vez mais que a aprendizagem tem sido célere e que Barbosa é um piloto de fácil adaptação a condições que desconhece por completo. À chegada a Kayes, Miguel Barbosa reconhecia as dificuldades da especial mas mostrava-se satisfeito com o seu desempenho: "o percurso era demasiado estreito e sinuoso, o que exigia muita concentração para não cometermos erros. Quanto ao carro, temos que continuar a não exigir dele em demasia, pois corremos o risco de termos problemas. Daí, estar a procurar encontrar um equilíbrio entre um ritmo apropriado à especial mas sem levar a máquina aos limites. É algo complicado mas que tem de ser feito de forma precisa para garantirmos chegar a Dakar. Esta nossa postura tem-se revelado bastante positiva, pois temos dia após dia conseguido terminar as etapas e recolher o máximo de informação possível sobre as características do Dakar".

Adélio é o terceiro português

Adélio Machado aos comandos de um Toyota Land Cruiser é 9º entre os T2 e terceiro no ranking dos portugueses. "Foi uma etapa muito perigosa e cheia de buracos, mas acabámos por fazer um bom tempo. O traçado era tão sinuoso e com tanta pedra, que mais parecia uma prova de trial. Houve muita navegação durante toda a especial e encontrámos muitos concorrentes perdidos. Felizmente que o Laurent esteve impecável e só nos perdemos durante uns quinze minutos. A nossa preocupação prende-se também com a assistência, pois sentimos um ligeiro problema com uma batidela no diferencial, mas não deverá ser nada de grave".

Há dois dias atrás Lino Carapeta estava a menos de um minuto de Adélio Machado mas "hoje foi mais um dia a rolar direitinho. Perdemo-nos uma vez no início da etapa, onde deve ter andado muita gente perdida. Continuo naquele que eu considero ser o ritmo certo e que me poderá levar ao Lac Rose e cumprir os meus objectivos. Ontem poderia ter passado para terceiro português mas não vou entrar nessa guerra. Qualquer "excitação" neste momento da prova pode vir a pagar-se muito cara. Todos os dias só penso em fazer a minha corrida e, só por solidariedade é que posso pensar nos outros".

Ricardo dá-se mal com os Buggy Schlesser

Já Ricardo Leal dos Santos completou ao início da tarde a especial da 11ª etapa classificando-se na 52ª posição. O piloto que, dia após dia, continua a subir a melhor os seus resultados apesar de enfrentar a prova a solo, viu esta etapa ficar marcada por um encontro imediato de 3º grau com um Buggy Schlesser. Por sinal mais um a somar a outras peripécias já vividas pelo piloto que em 2005 se sagrou vencedor da Taça do Mundo de Quads. Para Ricardo Leal dos Santos "esta etapa tal como a anterior foi marcada por muito pó e muito calor. Hoje partindo mais à frente já não tive tantas ultrapassagens para fazer mas isso voltou a acontecer de novo com os camiões. Tive de ultrapassar mais de uma dezena deles. Com campo mais aberto pude ter mais atenção à navegação e já me perdi muito menos do que ontem, mas a etapa era muito manhosa. A cena mais caricata, e por sinal bastante infeliz passou-se com o Buggy pilotado pelo Thierry Magnaldi que não esteve com meias medidas. Deu-me duas buzinadelas, eu comecei a abrandar e levei logo uma cacetada por detrás. Eu percebo que ele estivesse com pressa mas há limites para tudo. É a terceira cena que tenho na minha carreira com os carros do senhor Jean Louis. Em 2003 o Servia ia acabando com o meu Dakar de Quad. Tive de ser assistido na pista e o meu Quad ficou quase desfeito. Mesmo assim consegui levá-lo até ao fim. No Master Rally, na Rússia, foi o próprio Schlesser que também encostou o buggy à traseira do meu Quad numa zona onde eu não tinha hipótese de encostar mais cedo como se pode ver pelas imagens da televisão. Parece que tenho mel".

Amanhã a prova sai do Mali e faz uma curta passagem pela Guiné. As zonas de todo-o-terreno sucedem-se às pistas rolantes em laterite e os concorrentes terão de atravessar diversos cursos de água, numa etapa em que sabem que não terão direito a assistência.

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Mensagem por comman » 12 jan 2006, 09:33

12ª ETAPA
GUINÉ

Apesar da última visita do Dakar à Guiné ser de 1996, os concorrentes vão sentir-se apesar de tudo em terreno conhecido. As pistas guineenses requerem na verdade as mesmas qualidades que as pistas utilizadas no Mali e no Senegal. Como recompensa, a vegetação é aqui tradicionalmente mais densa e os pilotos terão o prazer de descobrir um relevo “semi-montanhoso” que oferece uma variedade de paisagem única na região.

BAMAKO - LABE
Etapa 12 (12/01)
A pista de váus

A saída do Mali é realizada em ligação. No Mali, as zonas de todo-o-terreno sucedem-se às pistas rolantes em laterite e a passagem por sucessivos vaus não deixará de molhar os pés aos motards. Depois de desbravar terreno durante 368 quilómetros, os concorrentes sabem que não terão direito a assistência.


Ligação: 197 KM - Especial: 368 KM - Ligação: 307 KM

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Mensagem por comman » 13 jan 2006, 11:41

12ª Etapa: Resumo
Peterhansel perde a liderança
Despistando-se ao Km 278, desta 12ª etapa Stephane Peterhansel perdeu a liderança da prova e é quase certo que a pretensão de somar o nono triunfo da sua carreira se terá também esfumado. O piloto francês foi substituído na frente da corrida pelo seu compatriota e companheiro de equipa Luc Alphand vencedor do dia.


Portugueses
Quatro no Top 30
Num dia em que Carlos Sousa chegou a pensar que poderia ter deitado tudo a perder, com um toque numa pedra, a sorte esteve com o piloto português que terminou em 11º. No Top 30 classificaram-se ainda Miguel Barbosa, Nuno Inocêncio e Ricardo Leal dos Santos, sendo que este último não pára de surpreender na sua épica participação a Solo.

Com os onze pilotos portugueses a terminarem a etapa à frente do infeliz ex-lider Stephane Peterhansel Carlos Sousa voltou a ser naturalmente o mais rápido mas pela primeira vez a comitiva portuguesa “chegou-se” um pouco à frente em termos de classificação da etapa.
Para Carlos Sousa “o dia foi estafante e começou bem cedo. Saímos eram 5H30 da manhã para fazer 200km de ligação. Depois, na especial tive de optar por um compromisso de andamento regular, porque como é uma etapa “Maratona” não temos assistência dos camiões. Só podemos contar com os mecânicos que vêm como concorrentes atrás de nós no percurso, mesmo assim, estamos limitados, porque temos de pôr o carro em parque fechado dentro do tempo limite. Estamos dentro das expectativas, preparados para aproveitar qualquer oportunidade para ganhar mais um lugar. O facto da etapa de hoje ter sido “maratona” ainda pode ter consequências para algumas equipas, já que são quase quatrocentos quilómetros de prova especial”

Miguel Barbosa nos vinte primeiros

A calma e serenidade que caracterizam Miguel Barbosa têm sido fundamentais para os resultados finais e segundo o piloto “temos procurado não entrar em excessos nem arriscar em demasia pois sabemos que temos nas mãos um carro frágil. Esse modo de encarar a prova tem sido vantajoso, mas existem alturas que gostava de impor um ritmo mais forte. O piso que encontrámos nos primeiros 170 Kms foi o mais difícil até agora. Muito mau e duro. Tivemos que andar em ritmo lento para não corrermos riscos. Depois, nos restantes cerca de 200 Kms andámos de forma mais rápida mas sem forçar. Apanhámos muito pó mas conseguimos ir andando sem perder demasiado tempo”, referiu o estreante no Dakar.
Sem assistência prevista no final da etapa, todos os cuidados foram poucos. “Não tivemos problemas com o carro, mas também limitámos o andamento pois estamos conscientes das limitações da máquina. Ainda assim, estou muito contente com o resultado. O Miguel Ramalho tem estado, como sempre, em grande nível e tem sido uma peça fundamental para dia a dia atingirmos os nossos objectivos. Já só faltam três especiais e só desejo que continuem a correr como estas últimas”, rematou Miguel Barbosa no final da etapa.

Ricardo Leal dos Santos lutou contra os Kamaz

Para Ricardo Leal dos Santos “esta etapa foi aquela que, até à data, me correu melhor, ou seja, onde pude quase sempre andar ao meu ritmo e de facto os resultados estão à vista. Acho que é esta a minha posição relativa para a restante caravana, embora compreenda que nas etapas de dunas, o facto de estar sozinho, seja justificação para baixar alguns lugares na classificação. Nesta etapa tive de novo de fazer algumas ultrapassagens, mas elas aconteceram quase todas na primeira metade do dia. Depois tive de fazer uma paragem porque o vidro da frente se estava a soltar. Tive de colocar uns bocados de “tape”, porque as borrachas já não estão em condições. No final da etapa, fui “tapado” pelos dois Kamaz. Eles vinham bastante depressa, mas eu estava com um andamento superior, só que o pó que eles levantavam criava uma parede intransponível. Mesmo assim, estou bastante satisfeito com o resultado. Poucos foram os minutos que gastei a mais que o Nuno Inocêncio, e ele partiu para esta etapa bem mais à frente. Foi muito bom!”.


Motos
Portugueses mantêm-se no Top
Com Helder Rodrigues em 6º e Paulo Gonçalves em 8º na etapa de hoje, os pilotos portugueses continuam a ser a grande surpresa deste Dakar. Apenas Ruben Faria – que era 5º em CP1 – se atrasou e impediu um Top10 com três pilotos lusos.
Editado pela última vez por comman em 13 jan 2006, 11:46, num total de 2 vezes.

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Mensagem por comman » 13 jan 2006, 11:42

13ª ETAPA

SENEGAL

O Senegal é a euforia da libertação para os concorrentes que lá chegam. É igualmente uma lição de humildade e de paciência. Se o Lago Rosa é realmente o local ideal para terminar uma aventura de três semanas tão atribulada como inesquecível, as últimas voltas das rodas nem sempre são as mais fáceis. Com um erro de pilotagem ou uma quebra mecânica, o rali também se pode perder no Senegal.

LABE - TAMBACOUNDA
Etapa 13 (13/01)
O país da altitude

As etapas de montanha também fazem parte do Dakar e prova disso mesmo é a 13ª “especial”, que levará os concorrentes a zonas situadas pertos dos mil metros de altitude, num percurso que, devido ao pó, se adivinha como difícil para as ultrapassagens aos mais lentos.


Ligação: 7 KM - Especial: 348 KM - Ligação: 212 KM

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Mensagem por comman » 13 jan 2006, 15:08

Jovem rapaz faleceu após ter sido atingido por um automóvel

Esta manhã, às 10h00, no km 25 da especial da 13ª etapa, entre Labé e Tambacounda, a cerca de 6 quilómetros da aldeia de Kourahoye, um jovem rapaz, Boubacar Diallo, que tinha vindo com os seus pais assistir à passagem do rali, foi atingido pelo veículo nº 420 da categoria de automóveis, quando atravessava a estrada.

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Mensagem por Manwell_Mayraids » 13 jan 2006, 16:11

:(
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Mensagem por comman » 15 jan 2006, 16:19

14ª ETAPA

TAMBACOUNDA - DAKAR
Etapa 14 (14/01)
Cabo do Ocidente

Nas pistas senegalesas, os navegadores voltam a ter muito trabalho. Esta "especial" será mais longa do que o figurino do ano passado e as inúmeras mudanças de direcção podem fazer perder minutos precisos ganhos nas etapas anteriores. A chegada à capital faz-se de forma tranquila, já em ligação, através da passagem por algumas aldeias.


Ligação: 107 KM - Especial: 254 KM - Ligação: 273 KM

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Mensagem por comman » 15 jan 2006, 16:20

15ª ETAPA: Para muitos... finalmente!

DAKAR
Etapa 15 (15/01)
A Chegada

Tradicional volta ao Lago Rosa. Há quem aproveite para ganhar mais umas posições à geral, há quem prefira chegar descansado e, justamente, não perder mais lugares à geral. Para todos, o momento tão aguardado, o da chegada a Dakar.


Etapa: 38 KM - Especial: 31 KM - Etapa: 41 KM


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Mensagem por comman » 15 jan 2006, 16:25

Luc Alphand e Marc Coma campeões do Lisboa-Dakar

O francês Luc Alphand (Mitsubishi) sagrou-se hoje campeão do rali Lisboa-Dakar, nos automóveis, numa competição em que Carlos Sousa (Nissan) foi sétimo. Nas motas, o triunfo pertence ao espanhol Marc Coma, enquanto Hélder Rodrigues foi nono.

A 15ª e última etapa da prova disputada nas areias em redor do Lago Rosa, na capital senegalesa, não foi cronometrada, por decisão da organização, depois de ontem um rapaz de doze anos ter sido mortalmente colhido por um camião de assistência, naquele que foi o segundo acidente do género em apenas dois dias de prova.

Alphand, antigo campeão de esqui, conquistou a sua primeira vitória no Dacar, mantendo a liderança alcançada na passada quinta-feira a Stéphane Peterhansel, seu compatriota e colega de equipa, vencedor da anterior edição do rali.

O francês, que em 2005 tinha sido segundo classificado, concluiu os mais de nove mil quilómetros de prova com o tempo de 53h47m32s, seguido pelo sul-africano Giniel De Villiers, o melhor piloto da esquadra (Volkswagen). Nos terceiros e quarto lugares surgem os Mitsubishi do espanhol Nani Roma e Peterhansel, respectivamente, enquanto o Volkswagen do norte-americano Marc Miller encerra o “top five”.

Na primeira edição da mítica prova a ter início em Lisboa, o português Carlos Sousa confirmou as expectativas, intrometendo-se entre as grandes equipas para terminar o rali na sétima posição.

Marc Coma na frente desde o 4º dia

Nas motas, Marc Coma, em KTM, tornou-se no espanhol a vencer o sector, depois da vitória de Nani Roma, na edição de 2004.

Coma, que liderou a prova desde a quarta tirada, não deu espaço ao francês Cyrill Despres (KTM), vencedor da edição de 2005, ano em que o espanhol ficou no segundo lugar.
Despres terminou a prova a 1h13m29s do líder, seguido do Giovanni Sala, também ao volante de uma KTM

Entre os portugueses destaque para Hélder Rodrigues (Yamaha), que além do nono posto da geral se assumiu como o melhor estreante na prova no sector das motos. Paulo Gonçalves (Honda) chegou à capital senegalesa na 25ª posição, enquanto Ruben Faria, durante parte do percurso o mais bem classificado, terminou no 35º lugar.



Concluída a reportagem, resta apenas lamentar a morte do piloto australiano e das 2 crianças atropeladas. Para o ano há mais... :thumbsup:

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Mensagem por Manwell_Mayraids » 15 jan 2006, 17:50

Boa reportagem.

Ficas desde já contratado para o próximo Dakar. :thumbsup:
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