Este relato não é uma estória de difamação ou de ofensa, visto que ocorreu comigo, na primeira pessoa, e tenho provas do que vou divulgar.
Poderei ferir susceptibilidades, mas a situação da qual fui vítima, de certo causou-me danos muito maiores. Repito...não é uma estória de calúnia e difamação, mas sim um relato verídico.
Encorajo todos a lerem e a divulgarem esta estória, não só para se criar uma ideia correcta do indivíduo e sociedade em questão, mas também para contrariar a impunidade com que certos comerciantes agem. NÓS SOMOS CONSUMIDORES; NÓS TEMOS DIREITOS.
Existe certamente quem já tenha passado por algo semelhante.
Ao adquirir um veículo usado, é esperado que este possua determinados sinais de desgaste e uso. Contudo, ao dirigirmo-nos a uma empresa que se dedica à comercialização de usados, especialmente se já estabelecido há vários anos no mercado, é esperado que exista um certo nível de confiança e conforto ao gastarmos o nosso dinheiro que tanto nos custou a ganhar num veículo; seja este para uso quotidiano ou para fins lúdicos.
Eu era proprietário de um Nissan Terrano II 3.0Di Van de 2005. Porém, as características do carro não me satisfaziam na totalidade e, como tal, procurei efectuar uma troca por um outro veículo mais de acordo com as minhas novas expectativas. Encontrei este veículo no stand “O Americano”, em Vila Nova de Famalicão, stand este com 27 anos de existência. O responsável pela empresa, o Sr. Miguel Veloso, aceitou a proposta de efectuar a troca sem compensação de parte a parte. Como se pode ver na Figura 1, o carro era publicitado como “IMPECÁVEL, SÓ VISTO”. Após eu mesmo ter feito uma inspeccção superficial ao veículo e de ter questionado o próprio Sr. Miguel Veloso que sempre me respondeu “Está mesmo impecável, sem problema algum!”, decidi efectuar o negócio convencido que tinha conseguido arranjar um Nissan Patrol GR em bom estado – note-se que o Sr. Miguel Veloso tinha enviado o dito carro para ser inspeccionado no dia anterior à minha visita.
Os problemas com o jipe iniciaram-se relativamente cedo. Com o desenrolar da viagem em direcção à Costa da Caparica, local da minha morada, notei alguma vibração na direcção que, inicialmente, não me preocupou muito, tendo atribuído tal comportamento à falta de calibração das rodas.
Terminada a viagem, no dia seguinte verifiquei alguma perda de óleo de transmissão pela ponte frontal, pela parte de trás da manga-de-eixo da roda esquerda, junto à rótula da ponte. Coloquei o carro numa oficina e, tal não é o meu espanto, quando verifico o que demonstro nas figuras 2, 3 e 4.
A figura 2 ilustra o cubo da mesma roda PARTIDO com um parafuso a substituir a porca plástica que normalmente atraca ou liberta o cubo.
A figura 3 ilustra o que retinha o óleo de diferencial dentro da ponte/manga-de-eixo – COLA DE JUNTA! Esta tinha sido aplicada à união dos vedantes-raspadores da manga-de-eixo com a rótula da ponte. Naturalmente, com o virar da direcção, e andamento normal do carro, este selo quebrou-se e começou a perder lubrificante por este mesmo local.
A figura 4 ilustra o estado do interior do cubo e manga-de-eixo. TODOS os rolamentos e vedantes estavam danificados pela água e lubrificante, sendo necessária a reparação TOTAL dos componentes internos da cubo e manga-de-eixo.
O carro estava inutilizado no segundo dia na minha mão.
Estive 1 mês em conversações com o Sr. Miguel Veloso. O carro necessitaria, segundo orçamento da marca, de aproximadamente 500€ para, pelo menos, poder circular. O carro esteve este período de tempo parado à espera que o Sr. Miguel Veloso arranjasse as peças ou o montante necessário para efectuar a reparação.
Após esta intervenção e o carro ter sido colocado em “condições” para circular, vim a verificar o que está ilustrado nas figuras 5, 6, 7 e 8.
A figura 5 ilustra a FALTA da electroválvula que regula o circuito de vácuo de modo a activar o bloqueio traseiro – tinha-me sido garantido pelo Sr. Miguel Veloso que tudo estaria em perfeita ordem de funcionamento. O bloqueio não tinha sido testado inicialmente porque apenas me foi possível experimentar o carro em alcatrão.
As figura 6, 7 e 8 ilustram, respectivamente, fita isoladora preta que foi aplicada ao chassis para OCULTAR os podres de ferrugem que afectam grande parte da superfície do chassis.
Entretanto, reparei que também vertia óleo pela parte de trás da cabeça e pelo turbo. Existia bastante cola de juntas a tentar ocultar estas situações.
Pergunto-me de que modo foi possível o jipe ser inspeccionado sem qualquer anotação...
Naturalmente, após verificar todos estes problemas, demonstrei vontade de resolver o contrato celebrado com o Sr. Miguel Veloso, e assim receber o meu ex-veículo de volta, como era meu direito. No entanto, este já tinha sido trocado e não estava, como tal, disponível. Optei por solicitar a devolução do valor que estava atribuído ao Nissan Patrol GR – 11500€, ou a substituição do veículo. O Sr. Miguel Veloso não se mostrou disponível para devolver qualquer quantia de dinheiro e acordou-se então a substituição do veículo por um equivalente, mas não antes do Sr. Miguel Veloso acrescentar “Você despache-o para outro como o despacharam para si!”.
Visto que o veículo não correspondia ao anunciado e ao que foi assegurado pelo responsável Miguel Veloso, era realmente meu direito, entre outros, exigir a resolução do contrato celebrado.
Decorreu imenso tempo após as exigências feitas da minha parte, sem qualquer resposta/proposta qualificável da parte do Sr. Miguel Veloso.
Este senhor vale-se das máximas “O melhor serviço Após-Venda” e “Tenho ZERO problemas com os meus clientes”, mostra muita vontade e disponibilidade para ajudar nas alturas de contacto directo mas não apresenta soluções algumas. Este foi um problema CRIADO pelo Sr. Miguel Veloso e era sua inteira responsabilidade. As minhas exigências foram feitas nas alturas devidas, porém, devido a estar “preso” a um veículo que me impossibilitava a realização do quotidiano e responsabilidades, vi-me FORÇADO a embarcar numa proposta que me deixou prejudicado – tendo em conta valores absolutos de preços de mercado, prejuízos e tempo dispendido.
O Nissan Patrol GR foi recebido novamente pelo ”O Americano” e eu recebi um Hyundai Galloper Exceed de 1999 (publicitado como sendo de 2000, tal como o GR estava publicitado como sendo de 97...) e uma quantia de 1000€. No entanto, com viagens a V.N. Famalicão e prejuízos causados por esta situação, saliento que o total de gastos realizados supera esta soma.
Peço desculpa pelo longo “testamento” mas queria transmitir o mais correctamente possível o sucedido. Creio que pode ajudar a alertar consciências, dar força a quem se encontra em situações semelhantes e ajudar a orientar esforços para impedir estas situações, ou, também, mostrar que armas podem ser utilizadas para combater estas situações.
Esta entidade merece NOTA NEGATIVA e agiu, efectivamente, nas linhas da BURLA e da FRAUDE.
Alerto novamente que NÃO é um processo de difamação mas sim a pura, simples e factual realidade do que sucedeu.
Estou, neste momento, resignado com a minha situação. Possuo um jipe que não corresponde, mais uma vez, ao que desejo, apesar do dinheiro, tempo e esforço dispendidos. De qualquer modo, pelo menos, está em boas condições e permite-me relizar a minha vida.
Espero ter conseguido sensibilizar-vos para este tipo de situação e aconselho muito cuidado mesmo quando lidando com empresas com nome no mercado.
Agradeço o vosso contacto caso desejem fazer alguma sugestão, deixar um conselho ou simplesmente colocar uma questão.
Obrigado, cumprimentos
Bruno Belo
bruno_belo@hotmail.com
932019062
Fig.1

Fig. 2

Fig. 3

Fig. 4

Fig. 5

Fig. 6

Fig. 7

Fig. 8
